"Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará." Sl37: 4-5















terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os vacilos que damos.

Depois de uma semana com secreções, eu e meu esposo resolvemos levar a nossa filha pra ser consultada por um médico amigo da família, ele não é pediatra, é um clínico, mas é bem respeitado na região. Nós já tínhamos ido ao pediatra uma semana antes, como vimos que ela tinha melhorado, mas ainda apresentava um quadro preocupante, resolvemos pedir uma segunda opinião. (Isto foi mais por pressão minha pq meu marido é muito tranquilo, homens, em geral, são mais descansados, e as mães mais estressadas rsrsrs...)
Depois de muita insistência da minha parte, meu marido ligou pro médico, os dois começaram a conversar como dois bons amigos, falaram de negócios, de banalidades, e após uns 15 minutos de "papo-furado", meu marido explicou a situação. Na verdade, ele ligou certo de que o médico não daria muita importância, que diria que era um quadro comum de gripe; só que o médico, muito atencioso e educado, disse que era aconselhável que nós a levássemos pra uma consulta, e que no dia seguinte ele poderia nos atender às 2:00 da tarde. Nós ficamos muito felizes com a atenção dele, meu marido então, não parava de elogiá-lo como pessoa, como doutor, afinal, não é todo dia que as pessoas se preocupam umas com as outras, e ele foi tão solícito, ficamos encantados.
O consultório dele fica há 40 minutos da nossa casa, pra não perder o horário, almoçamos cedo, nos arrumamos e fomos. Chegamos lá exatamente às 2:00 da tarde, como o doutor nos disse pra chegar; enquanto estávamos estacionando o carro chegamos até a avistá-lo entrando na clínica. Paramos o carro, descemos, e vimos muita gente esperando pra ser atendido, muita gente mesmo!!! e as pessoas que estavam lá, a maioria delas, pelo menos, tinha uma aparência mais humilde. Nós nos dirigimos pra falar com a atendente, o meu marido tomou a frente, enquanto eu entrava com minha filha, e fez uma coisa inacreditável: ele disse a ela que tinha marcado com o médico às 2:00, ela respondeu que as consultas eram por ordem de chegada, e ele, ao invés de ouvir e sentar, foi entrando corredor à dentro procurando pelo médico...eu quase morri de vergonha!!! como eu não tinha como sair daquela situação, então, eu fingi que não estava vendo aquela cena, e perguntei a moça que estava nos atendendo se ela aceitava Unimed, quando ela ia me responder, meu marido voltou perguntando qual era a sala do médico pq ele não tinha achado - não dá nem pra acreditar, né??? - a moça olhou com uma cara de "você é muito cara-de-pau" e disse: ele está nesta sala, atendendo uma paciente...eu não sabia onde colocar a minha cara!!! será que ele não estava percebendo o "mico" que ele estava pagando??? com certeza, muitas pessoas alí tinham chegado cedo, não era justo ser atendido antes delas só pq era amigo do médico, ou se achar no direito de ter prioridade; se o próprio médico quisesse nos atender na frente, tudo bem, era um direito dele, mas meu marido não deveria esperar isto, eu não estava esperando. Eu vi que tinha muita gente, mulheres grávidas, idosos, bebês, talvez alguns fossem pacientes de loga data, outros amigos, vizinhos, sei lá!!! eu me coloquei no lugar do médico e cheguei a conclusão que ele não nos daria prioridade - eu no lugar dele também não daria - porque como ficaria a imagem dele perante os demais pacientes que estavam esperando antes da gente??? não seria justo.
Mas meu marido não pensou como eu, ele ficou plantado com o meu sogro na porta do médico esperando que o médico fosse sair e dar prioridade a ele...inacreditável!!!
Pois bem, o médico abriu a porta, se despediu da paciente, nos cumprimento educadamente e disse: aguardem um pouquinho que logo vocês serão chamados.
Este pouquinho durou quase 3 horas, ele atendeu todos os pacientes que tinham chegado antes de nós, todos mesmo!!! Como eu já esperava por isto rsrsrsrs, aproveitei o meu tempo e comecei a conversar com as pessoas que estavam na sala-de-espera comigo, dei testemunho, contei os milagres que Jesus já fez na minha vida, conheci um pouco da história de uma família que estava lá; o tempo passou que eu nem vi. Até que o médico abriu a porta e nos chamou, cheguei até a lamentar ter que parar a conversa, sério mesmo!!! a conversa estava muito boa rsrsrs...
Entramos na sala, o médico, muito educado, se desculpou pela demora, conversou um pouco com a gente pra saber o que estava acontecendo, e depois, examinou a nossa filha com muito carinho. Quando ele acabou de examinar, meu esposo foi logo perguntando se já poderíamos ir. Na cabeça dele, a consulta era um exagero da minha parte; ele viu o médico examinando, brincando, ele concluiu que estava tudo bem. Mas o médico respondeu que não, que não poderíamos ir ainda, que a nossa filha estava com uma rinite alérgica forte, e precisava se tratar antes que pudesse evoluir para uma pneumonia, e mais, ele disse que foi muito bom ter levado a nossa filha pra fazer uma segunda consulta...eu sabia!!! rsrsrsrs...mãe sempre sabe!!!
Meu marido é uma pessoa humilde, fácil de se relacionar, muito bem humorado, cheio de amigos mas, como todo mundo, ele dá uns vacilos de vez em quando, que eu não consigo entender...okay, eu também tenho meus momentos ridículos, acho que todo mundo tem, né??? mas eu espero que este episódio tenha servido pra deixá-lo mais atento às situações, principalmente, nós que somos cristãos, temos que ter um cuidado maior quando lidamos com gente.
Não seria legal pro médico nem pra nós, se tivéssemos passado na frente de todas as pessoas que estavam esperando, seria uma situação, no mínimo, constrangedora, pelo menos, na minha opinião.
Eu acredito que por coisas como estas, nós, brasileiros, aprendemos desde cedo, o famoso "jeitinho brasileiro"; é furando fila, usando de amigos pra conseguir privilégios, empregos, burlando leis; muitas pessoas acreditam que vale tudo pra ser beneficiado, para alcançar um objetivo.
Cada dia que passa, eu me policio mais pra não cair nestes erros, principalmente, porque eu acredito em um Deus que não tem filhos preferidos, e que quando Ele quer abênçoar uma pessoa, abrir uma porta de trabalho, de oportunidade, Ele faz sem que ninguém precise ajudar, Ele é Deus, pra Ele não há impossível.
Quando a gente passa por cima de alguém ou de uma situação, buscando o nosso bem, na verdade a gente está dizendo indiretamente, mas dizendo, que não confia em Deus, na vontade DEle pra nossas vidas. É muito bom quando a gente exercita a nossa fé, e entrega a Deus nossos caminhos, porque assim, só assim, nós podemos ver as mãos DEle sobre as nossas vidas. Tudo o que Ele faz é, incomparavelmente, melhor do que nós possamos fazer.
Sl37:5 "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais Ele fará."

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Há tempo de dormir, e tempo de ficar acordado.

Se tem uma coisa que eu não gosto muito, é de acordar cedo; eu acho que eu preciso até passar por uma avaliação médica rsrsrsrs... é sério!!! eu sempre fui muito sonolenta, minha cabeça funciona mais à noite do que de dia; as noites me dão mais disposição. Eu não sei o porquê, mas sei que sempre foi assim...talvez seja a falta de alguma coisa no meu organismo, indisciplina ou, até mesmo, simplesmente preguiça, muuuita preguiça rsrsrsrs...
Hoje meu sogro estava brincando comigo, estava comentando com o vaqueiro da fazenda e sua esposa, que não sabia como eu ia me mudar pro Canadá pra trabalhar, se eu  acordo depois das 10:00 da manhã e ainda durmo de tarde. (o que ele não sabe é que tem dias que eu acordo meio-dia rsrsrsrs...)
Eu também fico pensando nisto e, às vezes, até me preocupo, só de imaginar ter que cumprir horário, acorder cedo, cuidar de filha, marido e casa...ai meu Deus, será que eu vou dar conta??? aqui no interior as coisas são tão mais faceis, eu tenho quem me ajude em casa, quem brinque com minha filha, tenho tempo livre pra me dedicar aos trabalhos da igreja; a vida é mais simples. Mas, enquanto eu penso nisto tudo e começo a me desesperar rsrsrsrs...aí eu lembro, que mesmo sonolenta, mesmo sem gostar de trabalhar cedo, eu trabalhei tanto nos EUA!!! muitas vezes acordei às 5:00 da manhã, dei o maior duro pra pagar meu estudos, perdi muuuuito sono; o tempo passou, os trabalhos mais pesados passaram, e eu dei conta de tudo, vivi com objetivo olhando sempre pra onde eu queria chegar.
Eu conheci muita gente que reclamava da vida difícil de imigrante, que mudava constantemente de trabalho buscando sempre algo melhor, que sofria com a realidade que estava vivendo, e acabava perdendo o foco dos objetivos a serem alcançados. É verdade que os primeiros anos em um outro país são realmente muito difíceis, mas eu consegui ver o que a maioria das pessoas não vêem: tudo o que eu estava vivendo era só uma fase, um caminho que me levaria a alcançar meus sonhos, minhas metas.
Quando a gente consegue enxergar a vida a longo prazo, a gente supera muitos obstáculos.
Acordar muito cedo sempre foi um problema pra mim, mas eu venci o problema pq eu sabia que era por um tempo e por uma boa causa. Não foi só o sono que eu superei, eu também venci o meu orgulho; por muitas vezes eu tive que contar com a ajuda de terceiros pra superar alguns problemas, eu dormi meses em um sofá - pra economizar rsrsrsrs... - tive que ser abrigada na casa do pastor pq eu estava sem ter pra onde ir...pára tudo!!!! esta última eu tenho que contar: Eu e o meu amigo Jr. íamos nos mudar do ap que estávamos pra uma casa maior, era num bairro simples, a casa não era o "paraíso", mas era do tamanho da nossa necessidade e do nosso bolso também, ela era mais barata rsrsrs...
Pois bem, estava tudo certo, nós avisamos ao condomínio que iríamos nos mudar, arrumamos a mudança e, como surpresas sempre acontecem, a casa incendiou poucos dias antes de nos mudarmos, ficamos sem ter pra onde ir.
Nos EUA não se consegue um imóvel com muita facilidade sem ter crédito, como éramos imigrantes com menos de um ano, era muito difícil achar um outro ap em pouco tempo.
Combinamos que eu iria alugar um quarto na casa de um casal da igreja, e o Jr. iria pra casa do Pastor. Estava tudo certo, coloquei as malas no carro, o Jr. foi me seguindo levando o resto da minha mudança, e o inesperável aconteceu novamente: o meu carro começou a fumaçar, eu fiquei apavorada e encostei o carro. Eu não entendia nada de carro, pra mim fumaça era sinônimo de fogo. Graças a Deus o santo Jr. estava lá, eu não sabia se corria, se pegava as malas, fiquei totalmente em pânico!!! então, o Jr. abriu o capô do carro, viu que não tinha fogo - aí eu me acalmei mais rsrsrs... - e chamou o reboque. O problema do carro ia ser resolvido, o carro foi rebocado e seria consertado; mas o conserto em si me trouxe um outro problema, um pouco maior: dinheiro. Eu não tinha dinheiro suficiente pra consertar o carro e alugar um ap, eu tinha que decidir entre um dos dois; só que o carro era o meu "ganha-pão", sem ele, sem dinheiro, e aí as coisas ficariam pior. Então, apelei pro Pastor, pedi na maior cara-de-pau pra ficar na casa dele até levantar uma grana, e ele aceitou. O pastor tinha 3 filhos, uma menina e dois meninos; os meninos ficaram num quarto, o Jr. em outro, e eu com a filha do Pastor. Detalhe básico: o Pastor morava em Port St Lucie, mais norte da Florida, em uma área quase rural; a casa ficava 2 horas do meu college, e também distante do meu trabalho, eu tinha que acordar bem cedo, às vezes até antes das 5:00 da manhã, uma provação!!!
Eu lembro do dia em que a Ir. Eunice, esposa do Pastor, me disse que estava morrendo de pena de mim por eu estar dormindo no chão do quarto da filha dela, por eu estar acordando tão cedo pra trabalhar e chegando tão tarde. Eu, então, repondi com um sorriso de quem vê o futuro, e disse: Não preocupa não, isso aqui é passageiro, eu sei onde eu quero chegar.
E eu sabia mesmo, eu encarei a vida de frente, paguei meu curso, e mudei o rumo da minha vida.
Hoje, mesmo podendo acordar tarde, muitas vezes eu acordo cedo; amanhã eu vou acordar cedo, é dia de dar estudo bíblico na casa de uma família, é a quinta vez que eu vou, e os estudos são sempre pela manhã. E eu vou feliz, o objetivo que eu quero alcançar com esta família vale o sacrifício.
E os domingos??? domingo é dia de escola bíblica domical, e aqui no interior começa as 8:00 da manhã, eu tenho que acordar às 7:00, e eu faço de tudo pra ir. Ontem eu deixei minha filha doente - ela está com uma virose - com meu marido, e fui sozinha, eu não podia faltar; a minha turma de jovens precisa ouvir cada ministração que eu puder dar enquanto estiver aqui, precisa aprender mais da bíblia pra se defender das ciladas que a vida nos prepara...a vida de cada um deles vale mais do que o meu sono, eu acordo feliz de acordar por eles.
A bíblia nos ensina em Eclesiastes 3:1-2 "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou."
Se eu pudesse eu acrescentaria: Há tempo de dormir, e tempo de ficar acordado...brincadeirinha!!!
Eu acho que a gente tem sempre que procurar as coisas importantes da vida pra dar o seu devido valor. Eu gosto muuuuito de dormir, mas eu sei que o meu sono não pode me impedir de correr atrás das coisas importantes da vida, e das que eu amo fazer.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cada um sabe onde o "calo lhe aperta"...

Eu conheço pessoas que nunca arriscariam viver em um outro país, que até acham um absurdo sair do Brasil pra começar do zero no país dos "outros"; uns alegam apego a família, outros a falta de coragem pra encarar subempregos, outros patriotismo e etc.
É natural que as pessoas queiram estar perto de quem se ama, onde cresceram e têm referências, que prefiram trabalhar e progredir no Brasil, falando português, comendo feijão, junto dos amigos...eu até entendo, mas o que muita gente não entende, é que cada um sabe onde o "calo lhe aperta".
Mudar para outro país não é a primeira opção de ninguém - creio eu - é uma escolha fundamentada em uma análise da situação em que se vive.
Quando eu decidi iniciar o processo de imigração do Canadá, eu comecei a estudar muito sobre o assunto, visitei blogs, conversei com algumas famílias, e deu pra ter uma visão geral do perfil das pessoas que estão saindo do Brasil pra encarar o desafio de viver lá. Geralmente são pessoas formadas, com um bom nível sócio-cultural, que por não aguentarem mais a violência, a impunidade, a incerteza do mercado de trabalho, o trânsito insuportável dos grandes centros, partem para uma nova vida em terras canadenses. Quem já foi vítima de um assalto, de um sequestro-relâmpago, que perdeu um parente ou um amigo e teve que aceitar a impunidade, quem ficou desempregado de uma hora pra outra e viu sua vida se tranformar drasticamente pra pior, entende bem a decisão de mudar de país, de começar de novo em um outro lugar.
 Mas, infelizmente, nem todos têm os pontos (o processo de imigração é baseado em pontos) necessários pra viver esta experiência de forma legal, e muitos o fazem na ilegalidade, às vezes, até mesmo por falta de conhecimento das muitas opções que o Canadá oferece para imigração.
Eu ainda não fui pro Canadá, mas posso falar um pouco do que eu vi nos EUA a este respeito.
Quando eu fui para os EUA, eu era jovem, recém-formada e não tinha necessidade de ir, mas eu queria incrementar o meu curriculum com um curso no exterior, aperfeiçoar meu inglês, adquirir mais qualificações pra encarar o difícil mercado baiano na minha área. Eu queria viver uma experiência que o salário de minha mãe como dentista, com três filhas em idade escolar, não podia bancar, então, eu fui sabendo que ia ter que ralar muuuuito pra alcançar meu objetivo.
Ao chegar lá, eu tive que me jogar nos trabalhos que apareciam, agarrei o subemprego como uma forma de viver e pagar o meu curso, que não era barato. E através dos trabalhos, da igreja, eu fui conhecendo pessoas com vidas muito distantes da minha realidade, histórias que eu não imaginava que existissem. Pq, geralmente, a maioria dos pais - assim como minha mãe fez - com muito esforço, investem na educação dos filhos, os colocam em bons colégios, em bons cursos, os cercam de amigos e colegas com nível social e cultural do padrão deles pra mais, nunca menos, e acabam criando uma 'bolha" que os impedem de conviver com a realidade da maior parte do país. Até então, com a minha vida de classe média, eu já tinha ouvido falar - através dos jornais, da tv - de pobreza, de imigrantes que arriscam suas vidas pra viver num país melhor, com melhores oportunidades, mas eu nunca tinha conhecido ninguém. E nos EUA, eu passei a conviver com o outro lado da vida.
Eu conheci famílias que tinham chegado só com as malas, outros só com as roupas do corpo, que tinham deixado no Brasil muitas dívidas, desemprego, desilusão. Pais e mães, que mais do que dinheiro, estavam buscando educação de qualidade e uma vida melhor para seus filhos. Pessoas que depois dos 40-50 anos foram trabalhar de faxineiro, pedreiro, pintor e etc, pra pagar o tratamento de um parente, a universidade de um filho, construir uma casa.
Pra muita gente, nenhuma destas necessidades vale o preço de morar em outro país de forma ilegal, é compreensível, isso é uma questão de escolha, de ponto-de-vista. O engraçado é que, normalmente, os críticos mais fevorosos são pessoas com a vida mais ou menos organizada, que tiveram oportunidades, e que nunca viveram uma situação real de pobreza.
Eu não defendo a imigração ilegal, não estou aqui pra levantar nenhuma bandeira, mas confesso, que me incomodo com a facilidade com que as pessoas julgam umas às outras.
Eu tenho uma amiga que foi abandonada pelo marido com duas filhas pra criar, ela só tem o segundo grau e, com os vistos de turista na mão, ela viu nos EUA a oportunidade de proporcionar às filhas o que ela não poderia no Brasil. Ela até tentou se legalizar, chegou a ter o pedido aprovado pela imigração, mas não teve dinheiro suficiente pra pagar o advogado e as taxas finais do processo. Hoje, as filhas falam 3 idiomas, a mais velha foi até convidada a conhecer o então presidente dos EUA, o Sr.Bush, pra receber os parabéns pelo excelente desempenho na escola. Minha amiga continua pobre, ainda trabalha com limpeza, e continua ilegal, mas ela tem conseguido dar às filhas uma vida muito melhor do que elas teriam no Brasil.
É fácil apontar o dedo e dizer que ela está errada, mas qual é a mãe ou o pai que não sonha em dar ao filho uma boa educação, uma vida com o mínimo de conforto???
É verdade que o Brasil está com a econômia melhor do que há 10 anos, quando eu fui pra os EUA, as escolas estão melhores, muita coisa melhorou, mas também é verdade que ainda está longe de ser o que deveria pra que as crianças e os jovens de famílias carentes tenham melhores oportunidades.
É interessante como o tempo e as experiências nos amadurecem; hoje, depois de tudo o que eu já vi e já vivi, eu não consigo julgar uma pessoa sem antes me colocar no lugar dela, respeito muito mais as escolhas que cada um faz, pq eu aprendi como é bom que respeitem as minhas e, acima de tudo, pq Deus nos deu o direito de escolher, nem Ele como Deus, impõe a Sua vontade sobre nós, imagine se nós temos o direito de julgar as escolhas uns dos outros.
A ilegalidade não é uma coisa boa, mas pior ainda é discriminar, julgar e condenar quem se encontra nesta situação sem nem saber a sua história, os seus motivos.
Eu conheci uma jovem que foi para os EUA fugindo das ameaças de morte de traficantes colombianos, muitos cubanos que arriscaram suas vidas indo à nado ou em pequenos barcos pra se livrar do governo ditatorial de Fidel Castro, haitianos fugindo da miséria e da guerra civil de seu país, e muitos brasileiros buscando uma vida melhor. Com certeza, cada um deles preferia ficar em seu próprio país, junto com suas familias e amigos, falando o seu idioma, mas optaram, por motivos que cada um deles conhece como ninguém, a se arriscar numa viagem, muitas vezes arriscada, e começar uma nova vida.
Cada um sabe onde o "calo lhe aperta"...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Momentos dificeis...

Sl23:4"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo..."
A vida é cheia de emoções, mesmo quando a gente não procura, elas sempre aparecem. Eu sou o tipo de pessoa que nunca quebrou um osso, sabe pq? simples, eu nunca me arrisquei à este ponto rsrsrs...é verdade, não sou o tipo de pessoa que escalaria montanhas, que pularia de pára-quedas - Deus me livre, nem pensar!!! - minhas maiores aventuras foram nas montanhas russas da Disney, e com toda proteção, é claro!!!
Eu estava assistindo o dvd do meu casamento (minha filha achou e pediu pra ver, nos últimos 2 dias já assisti mais de 5 vezes rsrsrs...) e numa determinada parte, o Pastor falou alguma coisa do tipo: "Hoje é um momento de muita alegria pra este jovem casal, mas eles precisam estar conscientes de que um casamento não é feito só de bons momentos..."
Já são quase 7 anos de casada, tantas coisas aconteceram, a minha vida deu tantas voltas, e vivemos tantas emoções...como, depois de todo este tempo, as palavras ditas pelo Pastor fazem tanto sentido???
O meu casamento foi simples, não teve festa, mas foi uma cerimônia muito bonita; e eu me lembro, como se fosse hoje, que eu estava completamente feliz; até aquele dia, com certeza, o meu casamento tinha sido o dia mais feliz da minha vida. Porém as palavras do Pastor naquele dia, foram conselhos, uma advertência - que eu, na minha emoção, talvez nem tenha prestado a devida atenção - de quem tinha experiência, conhecimento de causa.
Pois bem, eu e o meu amado, depois do "sim" na igreja, vivemos momentos maravilhosos juntos, outros nem tanto, mas até o terceiro ano de casado estava tudo sob controle, nada muito difícil tinha acontecido.
Eu e meu marido estávamos prestes a escalar um "everest" e não tínhamos noção.
No final de novembro de 2006 eu descobri que estava grávida, eu fiquei muito feliz, era meu primeiro filho, era o fruto de um casamento feliz, de duas pessoas que se amavam. Como uma mãe de primeira viagem, súper preocupada, fui bem cuidadosa com o pré-natal, escolhi um médico por indicação, segui as recomendações, eu estava carregando dentro de mim um filho muito desejado, eu queria ter certeza de que estava indo tudo bem. Eu adorava quando o médico dizia que eu estava com o peso certo, que meus exames estavão normais, que minha gravidez ia ser muito tranquila; pra mim, até então, isto era sinal de que tudo estava bem, que não tinha como dár nada errado.
No quarto mês descobrimos que eu estava esperando uma menina, adorei!!! comecei a ganhar vestidinhos, toalhinhas, minha família no Brasil não parava de mandar coisas. Comecei a planejar o quartinho, a escolher nomes, não via a hora dela nascer...eu só não sabia que isto estava prestes a acontecer.
No início do quinto mês de gestação, me levantei pra tomar banho pra ir pro trabalho, quando aconteceu o inesperado: no chuveiro ainda, eu senti algo descendo pelas minhas pernas, quando vi era sangue escorrendo, muito sangue. Saí do banho, liguei pro meu marido e pedi que ele fosse me pegar, em pouco tempo ele chegou e me levou pro hospital. O hospital ficava há 5 minutos de carro da minha casa, fomos atendidos de imediato, ligaram pro meu médico e, em seguida, me levaram pra fazer um ultrasound e me colocaram em um quarto. Pouco tempo depois o meu obstetra ligou e me disse mais ou menos assim: "...vc está em trabalho de parto, não tem como reverter, em 48 horas vc terá essa criança, e ela não irá sobreviver..."
Imaginem como eu me senti naquele momento, eu tinha acabado de ouvir o que ia de encontro a tudo que eu estava esperando. Eu estava grávida, em poucos meses eu teria uma menininha linda nos meus braços, como assim que eu estava prestes a perdê-la??? eu comecei a pensar: "será que eu não ouvi direito? talvez eu não tenha entendido o inglês dele..." e em seguida: "a última palavra é de Deus, não é dele, pra Deus não há impossível...eu tenho fé, vou orar e Deus pode reverter essa situação..."
O mover de Deus é algo incrível, só Ele sabe quando vai agir, como, de que forma; a nós crentes, cabe estudar a Sua palavra pra conhecê-lo cada dia mais, e estar preparados para aceitar os Seus caminhos.
Diante de tudo o que eu estava vivendo, só me restava esperar por um milagre e, se dependesse de orações, esse milagre ia acontecer. Eu, meu marido, nossos amigos, nossa igreja, nossas famílias no Brasil, todos começaram a orar.
Eu queria muito que Deus respondesse a minha oração, orei acreditando que Ele é grande e poderoso pra fazer acontecer; só que como alguém que conhece o Deus que serve, eu tive que encerrar as minhas orações dizendo: "...mas que seja feita a Sua vontade." Mesmo sem querer, pq como mãe eu não queria dizer isto, mas pra mim, independente da situação, Ele é o meu Deus soberano, Ele sabe o que faz, mesmo que o que Ele queira não seja o que meu coração quer.
Os enfermeiros colocaram aparelhos na minha barriga pra monitorar o bebê e as contrações, e eu podia ouvir os batimentos do coraçãozinho dela o tempo todo, ela me chutava, eu sentia os pezinhos dela...estava tudo tão normal, aos meus olhos de leiga, que era difícil acreditar que ela estava em uma situação de risco.
Um médico especializado em bebês prematuros foi conversar comigo e me explicou que se a minha filha já tivesse 25 semanas, ela teria 60% de chances de sobreviver, menos de 25 e mais de 21, as chances diminuíriam pra 20%, com a grande probabilidade de sequelas.
Com um pouco mais de 24 horas de internação, as contrações começaram a ficar fortes, o médico, então, me deu remédios pra controlar a dór, no começo até fizeram efeito e eu dormi, mas em pouco tempo já não adiantavam mais. As dores ficaram mais intensas, o médico não deixou que me dessem nenhuma anestesia pq poderia prejudicar ainda mais a situação do bebê, então a dór foi aumentando, aumentando, e eu gritando, berrando, literalmente, me descabelando - eu nunca tinha sentido tanta dór, sem exagero! - e eu chegava a desmaiar entre uma contração e outra. O médico chegou no quarto e falou com uma voz bem calma "eu vou te ajudar", rompeu a bolsa pra acelerar o parto, e começou a me orientar a forçar o bebê a sair. Tinham umas 10 pessoas no quarto, uma equipe pronta pra levar o bebê pra UTI.
Depois de muita dór, de muito "push, push..." minha filhinha nasceu e eu ouvi o médico dizendo "só tem 21 semanas", me mostraram rapidamente já na encubadora e a levaram de mim...que sensação de vazio!!! tinha acabado a dór, mas a pior parte da história ainda estava por vir.
 Depois do parto eu dormi, na verdade, eu apaguei; acordei poucas horas depois e pedi que me levassem pra ver a minha filha. Ela era tão pequena, mas tão perfeita, estava toda formada, e eu não sabia se ficava feliz ou se ficava triste, era uma mistura de emoções.
Depois de vê-la pela primeira vez, eu já não conseguia ficar no quarto, eu a visitava a todo momento, e orava, cantava hinos de adoração, a acariciava, eu queria que ela soubesse que eu estava alí, que eu amava, eu tinha esperança que o meu amor pudesse fortalecê-la...foram 3 dias, dias de fé, de oração, de lagrimas; até que o coraçãozinho dela parou de bater na minha frente e do meu esposo, vimos os médicos lutando pela vida dela, e nós orando, clamando pra que Deus operasse um milagre, Ele podia...mas, Ele a levou de nós. O que nos restava fazer diante daquele quadro, daquela situação??? ficar bravos com Deus??? não, de jeito algum "Deus deu, Deus tomou, bendito seja o nome do Senhor". Eu e o meu marido optamos por aceitar a vontade de Deus para as nossas vidas; sofremos muito, mas a nossa fé em Deus foi maior do que a nossa dór.
Depois disto tudo, fui atrás de respostas, e um médico em Salvador, especializado em gestações de risco, me diagnosticou com um problema chamado Incompetência Cervical, é quando a cervix abre com o peso do feto, levando a gestante a entrar em trabalho de parto, geralmente, no quinto mês.
Eu perdi minha primeira filha dia 27 de abril de 2007, em julho do mesmo ano eu já estava grávida novamente, dia 28 de março de 2008 Deus me deu, perfeita e saudável, com 9 meses completos de gestação, a minha segunda filha...esperta, pintona, vale por 3 rsrsrsrs...

sábado, 21 de agosto de 2010

Abraçando o desafio

Jo3:8"O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito."
Mudança é uma palavra que me lembra desafio, uma está ligada a outra.
Mudar de casa significa achar uma nova casa, que vem com uma nova vizinhança, com novos problemas. Eu não sou pessimista, mas quem convive com outras pessoas sabe que qualquer lugar tem vantagens e desvantagens. Assim também acontece quando mudamos de trabalho, que temos que nos adaptar às regras do novo emprego, ao novo chefe, aos novos colegas, nunca é fácil. E quando mudamos de cidade? aí então é que as coisas se complicam um pouco mais; além de mudarmos de casa, de vizinhança, de trabalho, de igreja, de Pastor, as crianças tem que se adaptar a uma nova escola, temos que conviver com a distância da família, dos amigos, experimentar novos temperos, acostumar os ouvidos a um outro sotaque é tudo novo.
Agora, imaginem mudar para um outro país, deixar para trás tudo o que conhecemos, romper geograficamente com os laços, recomeçar, literalmente, do zero; nova casa, nova vizinhança, nova igreja, uma nova escola para as crianças, um novo trabalho - às vezes numa posição bem "inferior" a que se tinha antes - e, enfim, "a cereja do bolo": um novo idioma.
Eu tive a oportunidade de conhecer pessoas que abraçaram o desafio da imigração, acreditando que seria tudo muito fácil, achavam que a parte mais difícil era entrar nos EUA, não pensavam nem no depois, pq o depois fluiria, o dinheiro chegaria fácil, seria como nos filmes de hollywood rsrsrsrs...quanto engano!!! era engraçado ouvir dos recém-chegados "eu não sabia que era assim", "eu pensei que eu ia ganhar muito dinheiro", "mas no Brasil eu era...eu tinha...eu fazia..."quanta ilusão!!!
Como as pessoas se propõem a mudar de país, e não se preparam para encarar os desafios naturais do processo de adptação???
Quando eu fui para os EUA, disposta a bancar o curso que eu queria fazer, fui de coração aberto, bem estilo aventureira, pronta para viver grandes desafios. Meu primeiro trabalho - trabalho mesmo rsrsrs...- foi o de limpar cinemas. Eu, recém-formada, nunca tinha limpado minha casa, pq tinha quem fizesse, fui limpar cinema!!! Okay, o trabalho durou só uma semana, depois me mandaram embora rsrsrsrsrs...mas foi um começo, né??? Depois vieram as limpezas de casa, o dinheiro começou a entrar - até que enfim rsrsrs... - paguei meu curso, vieram os estágios, 3 anos depois do meu primeiro trabalho, consegui o meu primeiro emprego, um de verdade mesmo, na minha área. Depois as coisas foram melhorando, eu comecei a trabalhar numa multinacional canadense nos EUA, meu marido abriu o próprio negócio, compramos uma casa maior, a vida estava começando a ficar mais tranquila. (Contando assim, parece até que as coisas aconteceram rápido, mas pra quem está vivendo, não é fácil não; é um grande desafio, uma prova de humildade diante da vida.)
Depois de todas as conquistas, era hora de desfrutar, mas Deus não pensou como a gente, e tratou de "mover as águas", decidimos mudar de novo, voltamos para o Brasil; mais um recomeço - agora com um pouco mais de dinheiro rsrsrs... - vieram outros desafios, novos obstáculos...e quando a gente estava começando a se acostumar, a porta do Canadá se abriu... meu marido falou logo "mas começar tudo de novo, do zero?!" e eu respondi: "Ah, amor, vamos em quanto a gente tá novo, depois de velho é que não vai dár rsrsrsr..."
A vida de imigrante não é fácil não, mas eu costumo dizer que quem gosta desta vida já virou cidadão do mundo, não tem tempo ruim, se uma porta abre, é só arrumar as malas e começar tudo de novo rsrsrsrs...
Este post eu dedico a minha amiga Ava, às suas filhas Taynar e Taís, que acabaram de chegar na Holanda pra um recomeço.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quando temos que escolher...

Pv16:9 "O coração do homem traça o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos."
Quando eu decidi ir para os EUA, foi uma decisão fácil; eu era jovem, solteira, recém-formada, sem nenhuma boa proposta de emprego, e cheia de vontade de viver, resumindo: eu não tinha absolutamente nada a perder rsrsrsrsr...
Agora a situação é bem diferente; depois de anos morando fora, eu construi uma vida: estudei, trabalhei muuuuito, casei, tive uma filha, hoje com 2 anos...enfim, a minha realidade é outra.
Sem falar que, depois que dizemos "sim" pro casamento, duas pessoas passam a ser uma só carne; eu já não posso tomar nenhuma decisão sozinha, eu sou a "metade" de uma outra pessoa. Um lado não pode querer ir pra direita e o outro pra esquerda.
Quem casa tem que estar preparado pra viver situações de impasse, faz parte. Duas pessoas diferentes, de criações diferentes, que se unem de baixo de um mesmo teto, não vão concordar 100% com tudo sempre. E decisões são tomadas a todo o momento, é quase impossível que duas pessoas estejam sempre de acordo em tudo.
Pois bem, eu e meu marido decidimos juntos - na verdade, mais ele do que eu rsrsrsr...- sair dos EUA e voltar para o Brasil; conversamos muito a respeito e chegamos a conclusão de que era a hora de partir para um novo desafio; oramos, buscamos o direcionamento de Deus, e sentimos paz em tomar esta decisão.
Depois de anos morando fora - quem passou pela imigração sabe do que estou falando - nada é do jeito que era. As pessoas mudam, o país muda, o mercado de trabalho, o trânsito, tudo é muito diferente.
Quando chegamos no Brasil, muitas coisas nos encantaram: ficamos muito felizes de rever familiares, amigos, de conhecer as cidades um do outro, de passear, de admirar as belezas geográficas que o nosso país tem, de saborear os nossos temperos e etc. Mas, como nem tudo é perfeito, nós também voltamos a conviver com coisas que já não faziam mais parte do nosso dia-a-dia: a loucura do trânsito, a violência, a impunidade, os preços absurdos de quase tudo- é impressionante como o custo de vida aqui é muuuuito alto- a falta de emprego e etc.
Meu marido se adaptou bem à nova realidade, chegou cheio de planos, de sonhos, o "entusiasmo" em pessoa rsrsrs... já eu, estranhei bastante, senti muita saudade da vida que tínhamos.
Mas como somos cristãos, e acreditamos no mover de Deus em nossas vidas, eu logo busquei ver a mão de Deus na nova realidade e abri o meu coração para as novas experiências.
Passamos a morar no interior de Minas- para organizar a nossa fazenda e investir em gado- em uma cidade muito pequena, sem oportunidades de emprego pra mim. Como eu não tinha muito o que fazer, a não ser cuidar de minha filha, passei a ter tempo de sobra pra me dedicar à igreja, e foi isto que eu fiz.
Eu confesso que eu não esperava que meu marido fosse se adptar tão facilmente ao Brasil como ele se adptou, eu tinha esperança dele me propôr ir embora; eu apostava que com o tempo, vendo os problemas que o país tem, ele fosse desistir de viver aqui, mas isto não aconteceu.
Tínhamos aplicado pro Skilled Workers, processo federal de residência pro Canadá, e ele já nem lembrava, nem pensava nisto. Muito tempo depois de termos dado entrada nos papeis, a resposta final chegou: o pedido foi aceito, os vistos aprovados e os passaportes entregues...e agora??? desisti do Canadá e ficar no Brasil, ou desisti do Brasil e ir pro Canadá???
Um queria o Brasil, a outra o Canadá; como sair do impasse???
No começo não posso dizer que foi fácil; discutimos muito sobre o assunto, não conseguíamos chegar a acordo nenhum, eu queria ir embora, e ele estava decidido a ficar. Aí eu resolvi deixar pra Deus resolver.
Eu comecei a orar sobre os dois caminhos, fui meditando na palavra de Deus, pedi conselhos ao meu Pastor nos EUA e ao Pastor daqui do Brasil, refleti muito sobre a situação, e resolvi deixar na mão do meu marido pra ele escolher.
Não é que eu quisesse colocar sobre ele toda a responsabilidade do que pudesse acontecer; mas eu cheguei a conclusão de que o amor que nos une não podia ser abalado por um impasse; alguém tinha que abrir mão ou o casamento estaria ameaçado.
A bíblia diz que o marido é o cabeça da família, sendo ele o responsável pelas decisões. Como eu acredito nisto, optei por deixar Deus direcioná-lo, afinal, pra Deus nada é impossível rsrsrsr...
Até hoje não temos nenhuma decisão tomada, nenhuma palavra final, não sei se vamos realmente morar no Canadá, entretanto, uma coisa eu posso garantir: depois que eu parei de tentar impôr a minha vontade e passei a demonstrar ao meu marido que, independente do que ele escolhesse, o mais importante era estarmos juntos e felizes, o nosso casamento foi renovado. Estamos nos amando mais, nos curtindo mais.
Eu agradeço muito a Deus a família que eu tenho, o marido que Ele me deu. Eu tenho certeza que pra onde quer que nós formos, nós estaremos unidos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Amigos que Deus dá...

Pv18:24 "...mas há amigo mais chegado do que um irmão."
Eu tenho duas irmãs de idades próximas, fomos criadas juntas dormindo no mesmo quarto e sempre fomos amigas, tínhamos desentendimentos, mas coisas de irmãs, no fundo sempre nos demos bem. Hoje moramos em lugares diferentes, eu em Minas, uma no Rio e a outra em Salvador. Já não nos falamos com muita frequência, minha mãe é o nosso ponto-em-comum, sempre sabemos umas das outras através dela. Não tenha dúvida de que nos amamos, porém como temos vidas diferentes e moramos em lugares diferentes, já não temos a mesma intimidade de antes. Elas não me ligam pra dividir os altos e baixos do dia-a-dia e nem eu pra elas também, quando nos falamos tentamos colocar todos os assuntos em dia em uma única conversa, só que não dá, né???? é muita história pra contar!!!!rsrsrsrs...
A imigração me possiblitou, entre outras coisas, conhecer pessoas e fazer novas amizades.
Sem sair do nosso "ninho", de perto da nossa família, os nossos melhores amigos são, normalmente, os amigos que conhecemos na infância, quando a amizade ainda é sincera, verdadeira. Mas quando saimos do nosso meio e partimos pra encarar uma nova vida, outra realidade, nos deparamos com pessoas que nunca teríamos a oportunidade de conhecer em outra situação.
Quando eu fui para os EUA, deixando pra trás minha família, meus amigos, meus laços, eu fui sem imaginar o que me esperava, o que Deus tinha reservado pra mim.
É óbvio que a nossa vida não é feita só de bons momentos, os maus também aparecem, e comigo não foi diferente. Por muitas vezes eu me vi em situações difíceis, e encontrei em "desconhecidos" uma mão amiga. Pessoas que eu conheci nos EUA passaram a ser membros de minha família. Não dá pra falar de todos pq eu fiz grandes amigos nos anos em que eu vivi lá, mas eu vou falar dos dois primeiros:
Nos primeiros meses de EUA, eu fiquei na casa de uma tia, mas a convivência não deu muito certo, e foi neste momento que Deus providenciou o meu primeiro "amigo- irmão".
É engraçado o agir de Deus, o cuidado DEle conosco, às vezes nem sabemos que vamos precisar e Ele já prepara o socorro.
A convivência com minha tia não estava dando certo, e eu ainda tinha que ficar nos EUA para fazer o curso que eu queria, eu não sabia como resolver aquela situação. Foi então, que chegou na casa de minha tia o Jr., direto do Rio de Janeiro, ele foi pra preparar o caminho pra trazer a noiva, e ficou de roomate na casa de minha tia. Como ele não tinha carro e não sabia ainda se locomover eu o ajudei- tinha vezes que eu acordava às 4:00 da manhã pra levá-lo ao trabalho- e da convivência surgiu a minha primeira amizade em terras estrangeiras. A noiva dele chegou pouco tempo depois, e eles alugaram um ap junto com uma prima dele que também tinha chegado, os três se mudaram e eu fiquei. Como não perdemos o contato, ele sabia que eu estava precisando dár um rumo pra minha vida- do jeito que estava não podia ficar- ele então, juntamente com a Sheyla me chamou pra morar com eles.
A nossa convivência durou 4 anos, foram anos de brigas rsrsrsrs, companheirismo, aprendizado, tempo que deixamos de ser conhecidos, amigos, e passamos a ser irmãos. Eles conheceram meus defeitos e minhas qualidades, assim como eu as deles, viramos uma família, moramos juntos até o dia do meu casamento.
Mas eu não posso deixar de falar dos outros irmãos e irmãs que eu conheci, pessoas maravilhosas que até hoje fazem parte da minha vida também. Minhas orações são longas pq eu não posso deixar de interceder por eles rsrsrsrsrs, pessoas que, por diversas vezes, intercederam por mim. Não consigo esquecer das lagrimas, dos abraços, dos sorrisos, de quem esteve comigo nas dores e nas alegrias, de quem me estendeu a mão no momento que eu mais precisei...sou eternamente grata a cada um...o que teria sido de mim sem eles???
Pra terminar, eu gostaria de dizer que o meu Deus, antes mesmo de me levar pro Canadá, já me deu amigos por lá...que venha o Canadá!!!!!!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As prioridades da vida

Mt6:33-34 "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal." Eu tenho uma preocupação muito grande em valorizar as coisas que realmente tem valor. Confesso que não é uma coisa muito fácil nos dias de hoje, onde todo mundo vive correndo atrás de uma vida melhor, de uma condição financeira melhor, de mais qualificação, de mais conforto etc.
Vivemos em um mundo onde as pessoas aprendem desde cedo a não se contentar, estão sempre buscando mais, só que esta busca por mais as priva de curtir e valorizar o que elas já tem. E foi exatamente isto que eu descobri há algum tempo atrás nos EUA.
Quem é imigrante, ou quem já foi, sabe que viver em um outro país, longe da família e dos amigos, não é uma coisa fácil, a gente sente saudade da língua, do tempero, do calor humano, a gente sente saudade até das coisas mais insignificantes. E esta saudade, misturada com oportunidade e direcionamento de Deus, me levaram a congregar numa igreja brasileira na Florida, a Good News Brazilian Church. Eu comecei a frequentar a igreja no meu primeiro ano nos EUA, era jovem e solteira, foi lá que me converti, fui batizada, tive a oportunidade de conhecer a bíblia a fundo, e fiz muitos amigos. A convivência frequente com outros brasileiros, possibilitada pelos cultos da igreja, me deram a oportunidade de observar o comportamento das pessoas diante da vida. Os EUA é, ou pelo menos era, um país cheio de oportunidades, muito diferente do Brasil, um lugar altamente consumista, quase tudo lá é muito barato comparado a outros países, as coisas acontecem muito rápido, qualquer pessoa, por mais pobre que seja tem um mínimo de conforto e qualidade de vida. Conheci pessoas que chegaram lá com a roupa do corpo, literalmente, e outras que foram mais estruturadas, mas todas, pelo menos no meu meio, conseguiram conquistar uma vida muito melhor do que elas tinham antes no Brasil. E, mesmo assim, depois de muitas conquistas, as pessoas viviam atrás de mais, inclusive eu, era uma correria desenfreada pra trabalhar, pra produzir, pra ganhar. Cansei de comer no carro, de sair da empresa as 11:00 da noite, de ter que trabalhar às vezes até nos domingos.
Mas a palavra de Deus nos confronta, ela é perfeita, o autor conhece o ser humano como ninguém e, por amor a mim e a você, Ele deixou inúmeras passagens nos advertindo dos caminhos enganosos que trilhamos.
Por várias vezes o Pastor ministrou sobre a importância do tempo que nós dedicamos às nossas famílias, da importância do lazer com os filhos, das brincadeiras, das conversas, do tempo que precisamos pra descansar, pra dedicar ao trabalho da igreja. A palavra de Deus é fiel e não volta vazia, estas ministrações despertaram em mim uma vontade de mudar, de começar a priorizar as coisas de verdadeiro valor.
Eu observei que o tempo estava passando, vi jovens morrendo, pessoas que acreditavam ter toda uma vida pela frente, pq a morte pode chegar a qualquer hora pra qualquer um, vi casais se distanciando, outros separando, filhos crescendo sem orientação... tudo isto me fez refletir e, foi então, que eu e meu esposo passamos a nos esforçar pra mudar, passamos a trabalhar pra viver, e não mais viver pra trabalhar.
Hoje participamos mais da igreja, mesmo com todos os problemas e obrigações do dia-a-dia, não deixamos de estar nos cultos e trabalhos da congregação. A nossa vida é perfeita??? não, não é, está longe de ser, mas nos amamos mais, nos curtimos mais, a nossa filha tem mais de nós, e estamos vivendo mais do que vivíamos.
Eu espero que essa nova etapa no Canadá não mude o nosso foco, as nossas prioridades, que possa ser mais um lugar para desfrutarmos da presença de Deus e fruticarmos, como temos feito até aqui.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

CONTROLANDO A ANSIEDADE

"Aquietai-vos e sabeis que eu sou Deus..." Sl46:10
Acho que este salmo deve ser lido sempre que a ansiedade aparece.
Tenho certeza que a maioria das pessoas que começaram o processo de imigração, assim como eu, preencheram os primeiros papéis já imaginando a vida lá fora; fizeram planos, cálculos, leram muito a respeito, pediram opiniões, discutiram sobre o assunto, imaginaram possíveis datas pra viagem, e assim que os documentos foram aceitos, a ansiedade só foi aumentando, aumentando, a ponto do Canadá se transformar no principal assunto da família.
É uma coisa difícil de controlar, pq cada vez que o sonho chega mais perto de se tornar realidade, mais difícil é suportar o tempo de espera do processo. Parece que o tempo não passa e que o processo nunca vai acabar, são documentos, espera da aprovação, taxas para pagar, talvez entrevista, como no meu caso, exames médicos, pedido dos passaportes, a chegada dos vistos e, enfim, o tão esperado landing. Um longo caminho pra quem está esperando, mas só uma etapa do processo pra quem já chegou no Canadá.
Eu acredito que os que confiam no Senhor e esperam NEle, podem até fazer planos, pq faz parte da vida, mas Deus é quem sabe como as coisas vão acontecer e quando.
Quando nós demos entrada no nosso processo, ainda morávamos nos EUA, foram 3 anos de espera praticamente, de lá pra cá muitas coisas aconteceram; tivemos uma filha, voltamos pro Brasil, ficamos na Bahia por alguns meses, depois fomos pra Minas, começamos a frequentar a Igreja Batista de uma cidade bem pequena no interior de Minas, chamada Pavão, onde nós temos criação de gado- eu nunca tinha escutado falar desta cidade até me casar rsrsrsrs- nós começamos a ajudar na igreja, meu marido abriu um negócio em BH, aconteceram tantas coisas que o Canadá, por um bom tempo, ficou esquecido.
Até que há um ano atrás, em agosto de 2009, minha amada avó me disse que me daria de presente a matrícula e as primeiras mensalidades de uma faculdade, pra que eu voltasse a estudar- ela queria que eu me adaptasse no Brasil e fazer um novo curso seria uma forma disto acontecer mais rápido. Pois bem, eu gostei da idéia e até liguei pra faculdade avisando que eu iria efetuar a matrícula na segunda, quando eu já estaria de volta a MG - eu estava de férias em Salvador. Só que quando eu fui dormir, Deus falou comigo em sonho, de forma bem clara, que Ele não permitiria que eu voltasse a estudar pq Ele me levaria pra um outro país, e me mostrou nitidamente os passaportes com vistos. No dia seguinte, minha avó, com quase 95 anos mas com uma boa saúde, enfartou, era uma quinta-feira, na segunda pela manhã ela veio a falecer.
Na terça-feira, um dia depois do enterro, minha filha, nessa época com 1 ano e meio aproximadamente, estava um pouco gripada e vomitou, em seguida ficou bem molezinha, e eu e meu marido resolvemos levá-a a um hospital, só pra ter certeza de que não era nada demais, mas assim que ela foi atendida e colocaram os primeiros aparelhos para monitorá-la, ela teve uma insuficiência respiratória e foi levada pra UTI com suspeita de estar com gripe suína. Na UTI constataram que ela já estava com infecção generalizada e pneumonia, e a entubaram. Foram os piores momentos de nossas vidas. Eu não tinha mais força, a perda de minha avó por si só já era uma dór imensa, imagine ver a minha única filha com risco de morrer também. Recorremos ao nosso Deus, oramos e pedimos orações para os irmãos nos EUA e no Brasil. Foram dias intermináveis!!!!
Mas o nosso Deus é fiel, é maravilhoso, e no meio de todo sofrimento Ele trouxe o refrigério, foi um dia particularmente especial: meu marido estava devastado, era o terceiro ou quarto dia de UTI, e ele estava muito mal, então, eu orei e pedi a Deus que falasse com ele, que não o deixasse daquele jeito, foi uma oração silenciosa. Pouco tempo depois ele se levantou e foi ver a nossa filha, e quando ele estava com ela no quarto, um técnico de enfermagem se aproximou e pediu pra fazer uma oração, ele consentiu, esta pessoas desconhecida orou e disse para o meu esposo que Deus a curaria e que Ele estaria nos enviando para um outro país, meu marido sentiu uma paz muito grande e agradeceu a oração, eles conversaram mais um pouco, o rapaz disse que era da Assembléia de Deus, se despediram e nunca mais se viram.
Ao todo foram 15 dias de hospital e a nossa princesa foi curada, a gripe suína não foi confirmada, a principal hipótese é que ela tenha aspirado o vômito, o que pode ter causado a pneumonia bacteriana e a infecção generalizada, e nós retomamos as nossas vidas.
Depois de tudo isto, de todo este turbilhão de emoções, foi que eu voltei a pensar no Canadá, e foi só então que o processo foi realmente definido. Se dependesse de mim eu teria finalizado tudo muito antes, mas Deus me fez ver que é Ele quem está no controle de tudo, que é Ele quem sabe quando, como e porquê. A nós só resta controlar a ansiedade, aquietar e saber que Ele é Deus.

O PRIMEIRO BLOG A GENTE NUNCA ESQUECE

Ainda estou aprendendo como fazer um blog, estou dando os primeiros passinhos. Eu gosto de escrever, mas foram tantos anos morando fora que o português já não é mais o mesmo rsrsrsrsrs...mas eu prometo que vou me esforçar para melhorá-lo.
Aqui em casa eu sou a mais animada em mudar para o Canadá, desde que comecei a pesquisar sobre o assunto e vi que era possível, tenho sonhado em viver lá. Li muitos blogs, acompanhei a experiência de muitas famílias, vi algumas delas se superando nas adversidades, e outras se perdendo nas dificuladades.
Quando a gente começa a pesquisar sobre o Canadá e se depara com os blogs de quem está no processo ou de quem já está vivendo lá, parece que o sonho fica mais real, eu mesma cansei de vibrar pelas vitórias de algumas famílias, me colocava no lugar delas. Talvez por isso eu tenha decidido criar o meu próprio blog. Muitas histórias me fizeram lembrar da minha vida e de muitos amigos que imigraram para os EUA, os desafios são muito parecidos: a saudade da família, a busca pelo primeiro trabalho, uma nova lingua...passei por tudo isso, e quero passar de novo, mas é bem verdade que eu acho que a segunda vez será mais fácil, pq eu sei o que me espera, ou, pelo menos, eu acho que sei rsrsrsrsrs...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MEU PRIMIERO BLOG, MINHA PRIMEIRA POSTAGEM

Depois de acompanhar muitos blogs sobre o Canadá, a experiência de muitas famílias, e depois de relutar bastante em escrever um, enfim, decidi compartilhar um pouco da minha experiência.
Infelizmente, eu não vou poder dár muitos detalhes pq o meu processo já está quase finalizado, recebi os vistos há 1 mês e agora é só fazer o landing, já não me lembro de muitas coisas que aconteceram durante todo o "interminável" tempo de espera rsrsrs.
O processo durou uns 3 anos, era da leva dos antigos, e como eu morei nos EUA, meu processo ainda levou mais tempo do que o normal para ser concluído. O consulado me chamou pra uma entrevista em setembro de 2009, e eu não recebi a carta de convoção, perdi a entrevista e tive o pedido de skilled workers cancelado. Com certeza, este foi um dos momentos mais emocionantes de todo o processo. O meu advogado teve que entrar com um pedido de reabertura e eu, sem conseguir controlar a ansiedade, liguei e mandei emails pro consulado questionando a decisão deles e pedindo que o meu processo fosse reaberto. Orei muuuuito!!!!! e depois de 1 mês aproximadamente, eles me chamaram pra uma nova entrevista, dessa vez pra janeiro de 2010. Eu, meu marido e filha fomos a SP, aproveitamos pra passear um pouco, fazer uma comprinhas pra controlar o nervosismo e esquecer um pouco das possíveis perguntas que nós teríamos que responder.
O tão esperado dia chegou, fomos pro consulado com 1 hora de antecedência, só pra garantir, mas ao chegarmos lá fomos comunicados de que havia tido um imprevisto com a pessoa que iria nos entrevistar, e que a entrevista teria que ser remarcada para o dia seguinte - ainda bem que o nosso vôo, por precaução, estava marcado pra noite do dia seguinte. Voltamos, mais uma vez com 1 hora de antecedência, e a pessoa que nos atendeu foi muito educada, porém seca, estranhei um pouco a sala que ele nos recebeu, pq parecia sala de presidio de filme americano, tinha um vidro grosso, provavelmente à prova de bala, que nos separava. Ele fez várias perguntas sobre a nossa vida nos EUA, no meio da entrevista ele aconselhou meu marido a sair com a minha filha- ela estava atrapalhando rsrsrsrs- e eu fiquei sozinha pra finalizar. Depois de todas as dúvidas esclarecidas eu ouvi que nós estávamos aceitos no Canadá, que o nosso skilled workers havia sido aprovado...senti muuuuita alegria, anos esperando para ouvir aquelas doces palavras.
Ao sair da tal sala, Edilson me olhou e eu fiz sinal de positivo pra ele, e ele ficou sem acreditar, até chegar ao aeroporto parecia que a ficha não tinha caído, ele passou até mal no vôo, ficou tão nervoso que deu enjôo rsrsrsrs...isto pq a ida pro Canadá não agradava muito a ele. Foram anos de EUA, e pensar em começar tudo de novo do zero, não o animava muito.
Fizemos o processo juntos, em comum acordo, mas a vida da gente deu tantas voltas, e o processo foi tão demorado, que os sonhos mudaram, o Canadá se tranformou, por alguns momentos, em uma possibilidade muito distante. Mas em tudo nós temos o costume de colocar Deus na frente, temos orado muito juntos pedindo o direcionamento de Deus, e a certeza que eu sempre tive de que nós iríamos pro Canadá, está cada dia mais forte. Tenho visto o mover de Deus, as mãos invisíveis DEle nos direcionando rumo às terras geladas do norte. Edilson já está bem mais aberto a esta possibilidade, agora é só esperar acontecer.